05 setembro 2012

Yoga, um ensaio

Os modismos tem lá o seu valor. Muitas vezes, é por causa de um modismo que a gente ouve falar de algo que nós não ouviríamos de outra maneira. Mas não significa que seremos levada(o)s a consumir algo por causa do modismo. Aí a decisão pode ser por curiosidade, ou porque a tal moda realmente apresenta algo que tem a ver com a nossa personalidade. Foi isto que aconteceu comigo e yoga (pronúncia é i-ô-ga, como já dizia o mestre DeRose), nos idos de 2008. Ou talvez tenha se iniciado lendo as revistas Planeta, pelo menos 10 anos antes, que falavam sobre as diversas linhagens da yoga e suas ramificações. O que aconteceu foi que fui fazer minha primeira aula de Hatha Yoga em 2008, num estilo que havia virado moda, a yoga Bikram.

Eu gostei de uma maneira que nunca havia gostado de um exercício físico. Intimamente eu percebi que era muito mais do que um exercício; era uma experiência mental e espiritual. O maior inimigo a ser vencido em qualquer exercício físico é a mente. É ela que coloca barreiras, e que diz que isso ou aquilo é impossível. O corpo só obedece. O corpo, no entanto, está ali, quer ser levado até o seu limite, paga pra ver até onde ele vai chegar.


As primeiras aulas foram uma luta constante contra as distrações que a mente impunha: ora estava muito quente, ora a cabeça coçava, ou o suor precisava ser secado. Mais comum ainda eram os pensamentos constantes, que se sucediam interminavelmente. O diálogo interno que nunca finda, com listas de afazeres passando pelas ocorrências do dia e pelas pessoas que tiveram significância naquele momento. Meros jogos que a mente criava para que o corpo não fosse bem sucedido. Tudo isto é secundário na prática da yoga. O corpo subjuga a mente e se entrega espontaneamente à fluidez do exercício.

Além de ocupar o meu corpo e a minha mente, eu senti que também meu espírito se ocupava. Mesmo na Hatha Yoga, que é a versão mais física desta filosofia milenar, há uma necessidade de se olhar para dentro, de meditar. E cada vez que se para e se dá espaço à reflexão, o inesperado acontece. É possível que se encontre uma solução para um problema, ou que se toque na criatividade, trazendo-a para o dia-a-dia. É possível também que se tenha uma melhor perspectiva sobre algum assunto em particular. É o melhor momento para criar a sua realidade.

A yoga insiste em que se esteja vivendo o presente. Esquecer o passado e adiar o futuro, focando exclusivamente no presente. Afinal de contas, não existe nehum outro momento exceto este que se está vivendo A-G-O-R-A. O resto são lembranças e suposições. O concreto é este momento em que se pode respirar profundamente e acariciar uma criança ou um animal de estimação. E neste sentido, a yoga ensina a se ter paz de espírito.

De todos os ensinamentos, porém, o que tenho em maior estima é o preparo que a yoga dá contra as adversidades. Durante os exercícios, enquanto se está tentando chegar ao limite, suportando a pose sem distrações, percebe-se a enorme força que todos nós temos. E é esta força interna, de um espírito que não se abala, que vem a sabedoria para enfrentar as adversidades. Nada pode nos abalar. Há sempre uma maneira de superar qualquer desafio. Mais cedo ou mais tarde, a pose vai mudar. Sempre muda.

Pra quem nunca experimentou, fica o convite, e para aqueles que sabem exatamente do que eu estou falando, deixe seus comentários!

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